Já que aqui é um espaço para o canto, para a poesia... permitam-me transcrever, em uma época tão importante como essa, a seguinte e clássica letra de Milton Nascimento e Fernando Brant... Cantada pela saudosa Mercedes Sosa:
María, María
María, María
Es un don, es el sueño, el dolor
de una fuerza que nos alerta
una mujer que merece vivir
y amar como otra mujer del planeta
María, María
es el son, es color, es sudor
de una lácrima que cobre lenta
de una gente que rie
cuando debe llorar
y no vive, apenas aguanta
pero hace falta la fuerza
hace falta la raza
hacen falta las ganas, siempre
dentro del cuerpo, y las marcas
Máría, María
confunde dolor y alegría
pero hace falta la maña
hace falta la gracia
hacen falta los sueños, siempre
dentro de la piel, y esas marcas
posee la extraña manía
de creer en la vida...
A todas as Marias deste mundo!
Brainstorming
sábado, 18 de setembro de 2010
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Comentários sobre "autopsicografia"...
Será que somente os poetas, hoje, são fingidores?
Em uma metalinguagem cibernética, será que todos nós não "virtualizamos" a vida, nesses tempos de orkut, facebook, twitter e msn, em que vivemos grande parte (em alguns casos, a maioria do tempo) dela em frente a uma tela de computador? Hoje, com a tecnologia 3D, seja nos telões de cinema, ou até mesmo em casa, não estaríamos nós vivendo de forma mediata, através de bits, bytes e pixels?!
E até que ponto isso seria realidade - ou fingimento? Infelizmente, muitas pessoas hoje em dia se utilizam - maliciosamente - dessa virtualidade - para muitos, extremamente verdadeira, real - de modo mentiroso, subreptício até... E aqui questiono novamente: somente os poetas são fingidores? Bons tempos o de Fernando Pessoa e seus saudosos heterônimos... Não acha, querido leitor?!
Proponho que toda hipocrisia seja castigada! Saiamos da toca... Usemos da internet e desses sagrados espaços de comunicação para, de fato, nos comunicarmos, nos conhecermos, nos interagirmos... Nada de máscaras, de bloqueios, de ocultação!
Sem fingimentos, pois eles são bonitos apenas na arte... e a vida não necessariamente tem que imitar a arte, ipsis literis.
A.
Em uma metalinguagem cibernética, será que todos nós não "virtualizamos" a vida, nesses tempos de orkut, facebook, twitter e msn, em que vivemos grande parte (em alguns casos, a maioria do tempo) dela em frente a uma tela de computador? Hoje, com a tecnologia 3D, seja nos telões de cinema, ou até mesmo em casa, não estaríamos nós vivendo de forma mediata, através de bits, bytes e pixels?!
E até que ponto isso seria realidade - ou fingimento? Infelizmente, muitas pessoas hoje em dia se utilizam - maliciosamente - dessa virtualidade - para muitos, extremamente verdadeira, real - de modo mentiroso, subreptício até... E aqui questiono novamente: somente os poetas são fingidores? Bons tempos o de Fernando Pessoa e seus saudosos heterônimos... Não acha, querido leitor?!
Proponho que toda hipocrisia seja castigada! Saiamos da toca... Usemos da internet e desses sagrados espaços de comunicação para, de fato, nos comunicarmos, nos conhecermos, nos interagirmos... Nada de máscaras, de bloqueios, de ocultação!
Sem fingimentos, pois eles são bonitos apenas na arte... e a vida não necessariamente tem que imitar a arte, ipsis literis.
A.
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
AUTOPSICOGRAFIA - FERNANDO PESSOA
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
domingo, 29 de agosto de 2010
Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é AMOR
E a outra metade também.
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